Você tem a flor que não lhe dei.
De fato, nem a cor dela sei.
Se ela é alta, disofme, perfumada,
de ouro, bronze ou prateada.
Ainda a vejo em seu olhar,
na chama de seu ódio,
na precisão de seu falar,
na ousadia de ratalhar.
Mas há, ainda, a flor.
Flor estúpida, ranzinza, colorida como se borboleta, desprezível, efêmera e inexistente. Digna de dúvida.
E não há flor.
De nenhum jardim, ramalhete, semblante semelhante ao meu.
Repenso, relevo.
Reduzo, elevo.
Chego, passo, devoro.
Rechaço, reluzo, decoro.
De novo...
E há a flor.
E não há a flor.
De novo,
não há dor.
quarta-feira, 1 de abril de 2009
Primavera
Postado por Eduardo Escames às 10:06:00 3 comentários
Marcadores: flor
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